Pombal, tarde de 25 de Maio de 2010
Cinzentos e vorazes como pombos de algum rossio, os meus dias correm por igual de boca no chão.
É quanta poesia posso e passo e peço.
Às duas e um quarto da tarde, espero chuva e ambulo.
Crepita de luz a ourivesaria, cheira a flores terminais a funerária, couro de cavalo exsuda o sapateiro Sebastião Ferreira, são lânguidas as nabiças que o armazenista recolhe em caixinhas de criança velha.
Em França, 1992, um homem destes aqui recolheu-se do que chovia ao umbral de uma capela.
Vejo-o, sou eu, não sou eu, não o vejo.
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