25/06/2010

IDEÁRIO DE COIMBRA - podografias de retorno – 9 (a)


9. DEI PÃES A PATOS



Coimbra, terça-feira, 8 de Junho de 2010


E bons-dias. Dei pães a patos. Um casalito deles, muito bonito, (na)mora na rotunda relvada que vejo da minha varanda, mesmo ao pé da PSP e na base ascendente da Avenida Elísio de Moura. Gostaram da ideia e do pão. Guardei um para uns pombos e uns pardais que ando a criar ali perto do Girassolum. Também gostaram. Coisa que tenho notado é esta: os pombos de Pombal e os daqui da Solum/Calhabé são mais receosos e não tão profissionais quanto os do Rossio de Viseu. Estes só não se me penduravam nas orelhas e na braguilha porque o torrão viriático é muito católico. Mas subiam-me às mãos para não deixar que as migalhas chegassem à colega multidão emplumada por terra. Algumas saudades, enfim. Já lá vai, também enfim.

A marcador laranja-flúor vou traçando no mapa da Cidade os sítios já apeados por estes dias. Tomando como referência partida-chegada o meu quarto da Rua Gago Coutinho, marquei já: Avenida António Portugal (toda, naturalmente), Largo Padre Estrela Ferraz, Ruas Capitão Luís Gonzaga e José Alberto dos Reis, Avenida Dias da Silva, Ruas Miguel Torga, Carolina Michaëlis, Infanta D. Maria, D. João III, João de Deus Ramos, General Humberto Delgado, Feliciano Castilho, Brasil, Brotero e Combatentes da Grande Guerra, Ladeira do Seminário, Avenida Dr. Júlio Henriques, Praça João Paulo II, Rua Alexandre Herculano, Praça da República, Avenida Sá da Bandeira, Ruas Olímpio Nicolau Rui Fernandes e da Sofia, Praça 8 de Maio (antigo Largo de Sansão), Ruas Visconde da Luz, Ferreira Borges, Praça do Comércio (ou Velha), Largo da Portagem, Avenida Emídio Navarro, Parque Dr. Manuel Braga, Ínsua dos Bentos (Docas Novas), Avenida Fernão de Magalhães, Largo e Rua do Arnado, Casa do Sal, Arco Pintado, Monte Formoso.

Hoje é um hoje de lâmpada fosca. Céu baciíssimo, encerrado para obras de poalha de água-prata. Neste preciso instante (12h14m), desata a chover com entusiasmo. Tempo o mais excelente para uma endoscopia mental. Sou corrido da esplanada do Nosso pela chuvada, que, atravessada, não quer saber do toldo de lona que era suposto proteger este caderno insensato e inofensivo. Ainda não há-de ser hoje que descubro o leito final de Vitorino Nemésio. Paciência. O remédio é consumir a vela da tarde (a da manhã extingue-se agora) de volta da Arte e da História desta Coimbra monumental pela mão do Professor Pedro Dias, em sequência do (bom) serão de ontem.

Delícia:

“(…) grande cópia de anjos de boas dimensões.”


(Dias, op. cit., a pp. 52)


Ruas Afonso Duarte (poeta, 1884-1958) e General Martins de Carvalho (1844-1921).

Sem comentários:

Canzoada Assaltante