Moleiro - 4
2.ª-Feira, 3 de Janeiro de 2022
Rui Fabrício de Cal Moleiro; irmão mais novo de Adrião Alcides de Cal Moleiro; ex-marido de Arrozina Maria de Vermelho Mariano; Amigo de seu amigo; e residente em Atrás-das-Eiras, nesta Cidade, 33, 3.º Esq.º.
Outros artigos-verbetes a seu registo:
Cauteleiro de sorte-nenhuma muitíssimos anos;
Furtivo pescador de lampreias no açude (onde morreu Aviz);
Sem despedimento nem pensão, antigo porteiro do Cinema Tivoli;
Sem memória nem remorso, uma vez com um homem;
e bandarilheiro de garraiadas para estudantes que não liam.
Falo amanhã com ele, bem calhando. Amanhã, digo, algures no cronograma do mesmo Janeiro de Bento Ramiro de Bruma Liberto. Ou por aí. Falo amanhã com ele – mas atenção! – se chegar a amanhã & a ele. Só amanhã posso dizer, lá chegando, o que será de mim em o próximo ano, lá retornando.
Rui Fabrício, velho Rui: espero de ti resposta afirmativa, consentânea concordata, uma centena de euros por mês pelo sofá (só noite, sem chuveiro).
O Rui ainda trabalha, está perto da reforma mas. O Fabrício ainda se queixa, está longe da reforma todavia. O de Cal Moleiro é fotografia-oval de Pai & Mãe: na saleta-escritório.
Na Praça dos Heróis do Ultramar adejam as bandeiretas triangulares de uma espécie-de-Ceuta que a Académica já não conquista: mas Rui Fabrício é de 1919, digo, é do Clube de Futebol União de Coimbra, fundado a 2 de Junho de 1919.
Ora, estes Registos Civis acontecem 102 anos & uns trocos depois. Provavelmente, tarde de mais – como aliás tudo acaba por.
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