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Sábado,
10 de Julho de 2021
Falam de uma senhora (E.M.) bonita que morreu em & de sofrimento prolongado. Foi dona de si mesma, ao que percebo. Não sei se subsidiou a felicidade de alguém – dizem que sim. No fim, pura exaustão a terminou. Acabado o programa, outro em momentos se lhe segue – e diz-se que é sempre assim.
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No curso da tarde do Sábado, é referida a existência de um casal de robusta planta financeira. Reside o par no bairro (muito) chique de Paço-Félix. Tanto ele como ela provêm de uma povoação litoral deveras longe de qualquer centro urbano de mor dimensão. Conheço essa povoação, morei nela quase um ano. [E adormeço – não ingloriosamente aliás, com a procissão da história no adro textual (…)]
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Em outra quinta-feira, as existências nesta Cidade fervilhavam em plena normalidade. Um rapaz de família empobrecida procura emprego, leva um papel em que o nome e o endereço do advogado pulsam como sílabas de oráculo. O casado Leonel Baptista entra no Santa Cruz para café & um telefonema à amante. Na Visconde da Luz, o do quiosque deposita na calçada, rente à fachada, as caixas com a livralhada em segunda-mão, a aranha dos postais-ilustrados, a Bandeira Nacional, um vaso com gladíolo. Cheira a sardinha fritando na Rua da Gala. Na dos Sapateiros, o cedo Eduardo já ocupou o poiso. O senhor Rodrigues franqueia a sapataria. O Sandokan cauteleiro brada pela Praça Velha. Plena, invejável normalidade.
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