Souto, Casa, tarde de 28 de Fevereiro de 2009
Isto da felicidade / parece-me / há-de ser
Assim como a distracção
Sendo a distracção uma arte xávega
Que / como todas as artes / vira as costas ao mar
Para ser mais atlântica ainda
Isto da felicidade é uma chávena de café
Perante o estendal crepitante da chuva
Perto da mão um policial bem esgalhado
Uma barra de chocolate / um perfume de eucalipto
Nada me concorre para a felicidade o Canal do Panamá
Tenho muito pena mas nunca o passei / nunca o passarei
Vingo-me com Albino Forjaz de Sampaio e Adriano Moreira
Este quando era ministro do Outro da outra-senhora
Aquele quando parece ter sido corno ou assim
Sei algumas datas / algumas páginas / viver não sei
À medida do que se chama viver bem / bem assente
Não sei / Sei que tenho dias / como os tem toda a gente
Isto da felicidade / parece-me que / ah já sei
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