14/09/2006

Animação

A porra do blog animou-se como o caraças.
Ainda bem.
Pessoal: é evidente que não sou detentor exclusivo da razão.
Sou parcial, inculto, incompleto, odiento, mau-carácter - tudo isto.
Sou tudo isto.
Considero a vida demasiado breve para o "politicamente correcto".
Abomino o "politicamente correcto".
Não gramo os américas.
Não gramo o terrorismo.
É por não gramar o terrorismo que não gramo os américas.
Vou sentir sempre isto e dizer sempre isto.
Tenham paciência.



D.A.

28 comentários:

Anónimo disse...

Infelizmente caro daniel, nos dias de hoje é politicamente correcto ser-se anti-americano. Estamos mal, então.
Cumprimentos,
João Baptista

Anónimo disse...

A única posição possível neste mundo em ruínas é estar contra a América e todos os interesses que ela representa. Mesmo correndo o risco de ser politicamente correcto.Quem defende a ordem e a paz como eu só poderá dizer que os EUA trouxeram o caos ao mundo para melhor poderem impor o seu poderio decadente.
Daniel Amaral

Daniel Abrunheiro disse...

completamente de acordo com o daniel amaral. não acho, joão baptista, que seja moda, apenas, ser-se anti-americano. desde a II Guerra Mundial que milhões de pessoas morreram por causa dos "interesses" deles. que haja outras tiranias assassinas, não duvido.
eles são a pior delas.

Anónimo disse...

Gostei do que li Daniel.
Pela minha parte, procuro pensar pela minha cabeça e nem quero saber o que é o politicamente correcto: esta polémica sobre o que é agora correcto para alguns para já não o ser amanhã... enjoa... quero lá saber disso.

Anónimo disse...

Com toda a certeza que o politicamente correcto enjoa. Mas a expressão não foi por mim utilizada em primeiro lugar, mas sim pelo Daniel. Não estou na moda e sempre pensei pela minha cabeça, ao contrário de algumas pessoas que dizem amén a quase tudo o que o Daniel escreve."do i dare disturb the world?".
João Baptista

Maria Carvalho disse...

Muito animado mesmo! Politicamente correcto? Então hoje não sou.

Daniel Abrunheiro disse...

João: do disturb the world, claro que sim.

Anónimo disse...

o politicamente correcto é ser anti-americano e não pró-americano, embora isso seja de per si redutor e maniqueista.

abomino o busch, guantanamo, as prisões da CIA, abu graib e quejandos, mas não esqueço Ny,dar-es-salam, aden, casablanca, bali, bombaim, londres e madrid.

os terroristas não combatem a américa, combatem o ocidente e a sua concepção de vida, tratam tudo por junto e bombardeiam tudo por junto.

a invasão do afeganistão é mais do que justificada. o iraque fui a favor e se soubesse o que sei hoje era contra, mas já sou a favor de umas boas ameixas no nuclear do irão. antes que seja tarde.

morre gente, ah pois morre.

Anónimo disse...

e registo que este post já tem um tom diferente. já não há o nazis2 que obviamente só atinge o atirador. definia-o. e matava a discussão.

Daniel Abrunheiro disse...

concordo contigo, akmatova, em quase tudo.
só não concordo com o "ocidente", etc.
o judaísmo não é ocidental: é financeiro.
a "moral" do rumsfeld não é ocidental: é petrolífera.
e eu não sou ocidental: sou da pedrulha.
ontem, o meu tom era inflamado, injusto e malcriado.
era.
só não era ocidental.

Anónimo disse...

"o judaísmo não é ocidental: é financeiro.",

Cão, aquele filme nazi os ratos-judeus a saírem da grelha de esgoto e a entrarem nas casas das pessoas, é uma metáfora de propaganda. malévola, mas metáfora.

judeus há muitos. e se queres marrar com o capital, bem podes começar pelo árabe, muito mais maléfico ou julgas que os mísseis do hezbollah são comprados ao quilo na mercearia da esquina?

Daniel Abrunheiro disse...

os árabes têm sido, toda a vida, toda a História, espoliados.
não te consideres assim tão ocidental como isso: quase 9 séculos estiveram cá os mafomas, na península.
a metáfora nazi dos ratos é propaganda. pois é. I know.
mas lá que ela funciona, funciona...

Anónimo disse...

a maior parte dos países árabes (argélia, líbia, arábia saudita, iraque, kuweit, omã, barein, emirados árabes, qatar) e outros não árabes como o Irão, tiveram acesso ao maior rio de dinheiro que há memória em toda a hsitória universal, a pontos de se fazerem as enormidades luxúriantes que se espalham pelas arábias, de controlarem com o seu capital boa parte das multinacionais europeias e americanas, e a ponto de terem nos seus países para os servirem uma média de 3 a 5 emigrantes asiáticos, leia-se escravos e escravas, por cada cidadão nacional. e isto pelo menos desde 1973 já lá vão 4 décadas. se ainda assim são espoliados vou ali e já venho. pelo menos localiza e focaliza (pex, a palestina espoliada em primeiro pela Jordânia (árabe) e depois por Israel, mailo líbano espoliado pela Síria e brutalizado por esta, por Israel e pelo Irão. e pouco mais. a generalização da espoliação árabe é perigosa e incorrecta.

Daniel Abrunheiro disse...

mas eu concordo, carago!
não gosto de trampa, chiça!
dizer mal do outro lado não equivale a defender o que pensamos ser o nosso.
nós, portugal, andamos de lado, mas não o temos.
somos um país piolhoso, bairroaltino, copista, frade e chulo.

Anónimo disse...

e também faço um esforço por não cair na generalização e rotulagem simplificadora (esforço em que pelos vistos não perdes muito tempo) mas há algumas linhas de força que a mi e julgo que a nós em geral nos opõem ao Islão radical, a pontos de muitos teóricos (Huntington) e eles próprios nos rotularem de "Ocidente" por oposição a eles. Por essa diferença passa a liberdade de imprensa e de critica e abertura em geral, a posição da mulher, a participação ainda que mínima ou mitigada na escolha dos governantes, a igualdade perante a lei, a procura do estado de direito, etc etc. descartar isso com o paradísiaco que era o Alhambra, vou ali e já venho, até porque não me esqueço que o mais romântico e imberbe desses personagens - o Boabdil - divertia-se a cortar as cabeças em massa de quem sonhava que a ele se opunha. e de todo o modo quem renega essa herança são muito mais eles do que nós.

Daniel Abrunheiro disse...

lá está: eles vs. nós - não compro esse peixe. sobretudo se entre o "nós" estiver um bush.

Manuel da Mata disse...

Escrevi um livro de quadras, que quadram bem com o ambiente do blog. "Quadras Quase Populares" da Ulmeiro foi escrito quase como reacção ao 11 de Setembro. Aqui fica uma:

Ó América grande e rica,
sê compreensiva e gentil!
Já suportou desgraças mil,
quem agora te esventra e pica

Manuel Barata

Daniel Abrunheiro disse...

ah ganda Manel!

Anónimo disse...

Durante séculos a humanidade guerreou para justificar a necessidade de matéria-prima. Desde os séculos XVIII-XIX, a unica justificação da guerra é a conquista de mercados. Hoje as duas coisas parecem inextricáveis, como demonstram as duas guerras do Iraque.Guerras religiosas só para os ingénuos inocentes.
Para a Akmatova:"Digo-vos, homens de bem, vencidos da vida,escorraçados, explorados, eternamente transpirados, previno-vos: quando os grandes deste mundo resolvem amar-vos é porque decidiram transformar-vos em carne para canhão"Louis-Ferdinand Céline
Fernando Luís Guerreiro

Anónimo disse...

Do ponto de vista estritamente político, continuamos no ground zero perante os poderes que nos governam, que não são o Bush ou qualquer líder ocidental ou oriental,talvez mundial, para não ferir susceptibilidades.Para não irmos mais longe, já o Gramsci dizia em 1919 que o verdadeiro poder está noutro lugar. Vocês continuam a acreditar e a dar crédito ao poço sem fundo em que nos encontramos, procuram ainda o eco que devolve quando gritamos para dentro dele. No fundo, continuam a acreditar numa democracia que já morreu, e da qual se esqueceram de fazer as exéquias.
António Dias Pereira

Anónimo disse...

Muito crítico perante a prosa de V. Ex.a, devo dizer que li uma pérola que, espero, seja desenvolvida por si.
"o judaísmo não é ocidental: é financeiro.
a "moral" do rumsfeld não é ocidental: é petrolífera.
e eu não sou ocidental: sou da pedrulha.
ontem, o meu tom era inflamado, injusto e malcriado.
era.
só não era ocidental".
Césario Reboredo de Adeganha

Anónimo disse...

O Luís Fernando Guerreiro faz mal em citar Céline. Do rapaz li o Viagem Ao Fim da Noite que é uma obra prima absoluta, auto-biogr+afica, de viagem, iconoclasta, anti-social, anti-colonial, racista, facista, tudo e tudo, com demência e loucura pelo caminho. o home era um génio a escrever, mas não era flor que se cheirasse. era fascista e racista até à medula. o Viagem ao fim da noite mais do que a curiosidade pelo resto da obra provocou-me a curiosidade pelo homem e fui ver. Quem o topa bem é Claudio Magris no seu genial Danubio. Céline, no fim da 2 guerra e depois de ter apoiado a bravura alemã, a depuração da raça e a deportação de judeus viu-se obrigado a fugir de frança e a refugiar-se num castelo da beira do danubio. Magris pegou-lhe por aí. o retrato não é bonito. daí que sem deixar de elogiar a obra, estar aqui a seguir conselhos do Céline, vou ali e já volto.

Anónimo disse...

o Césario Reboredo de Adeganha bem pode esperar sentado. o postador consubstanciar o que diz, ólha lá, é bitaite a ver se dói a alguém e depois logo se vê.

e ainda voltando ao Céline, importa esclarecer que o facho disse essa frasezinha em vésperas da 2º guerra precisamente quando enaltecia a germanização e acusava os judeus de ratos conspiradores que sugavam o sangue da frança. se o povo americano o tem ouvido e seguido os seus conselhos, hoje estávamos todos e a dizer "heil" e a construir fornos crematórios para chineses. digo eu, sei lá.

Anónimo disse...

Cara Akmatóva, não sejamos tão lineares na apreciação de uma personagem e de um escritor como o céline. O melhor do Céline ainda não o leu, assim como as múltiplas biografias e textos de análise sobre a sua obra. Sobre a utilização de citações, ainda tem muito a aprender.
Se quiser saber algo mais sobre as duas coisas, não hesite.
Gosta do sangue, ele gosta do sangue o solo russo
Fernando Luís Guerreiro

Anónimo disse...

Voltando a Céline, "tudo o que é verdadeiramente importante passa-se na sombra". Não há desculpas para o fascismo do Céline, apesar de ele na altura estar apenas a ser mais um dos milhões de franceses a quinhoar do mesmo ideário racista e ariano. O homem às vezes é a sua circustância. Mais do que detestar os judeus ele sempre desprezou a humanidade. Nem atacava os árabes, vejam lá.O seu fascismo tem contribuido para a elisão de uma das obras mais portentosas do século XX, e isto também não deve ser esquecido.
João Baptista

Anónimo disse...

A citação do Céline é apenas uma citação. Quem não concorda? se a frase não tivesse aspas e viesse com o nome do autor atrás, poucos não concordariam com ela. Para quê então, atacar o autor da frase. Talvez a escassez de argumentos.
Ana Guedes

Anónimo disse...

A explicação de Céline por eecummings, selected poems, 1923-1958, Faber and Faber,p.11
"Humanity i love you
because you would rather black the boots of
sucess than enquire whose soul dangles from his
watch-chain which would be embarrassing for both

parties and because you
unflinchigly applaud all
songs containing the words country home and
mother when sung at the old howard

humanity i love you because
when you're hard up you pawn your
intelligence to buy a drink and when
you're flush pride keeps

you from the pawn shop and
because uou are continually commiting
nuisances but more
especially in your own house

humanity i love you because you are perpetually putting the secret of
life in your pants and forgetting it's there and sitting down

on it
and because you are
forever making poems in the lap
of death humanity

i hate you"
Pensemos mais no homem e menos nos poderosos
ANA lAURA pALMA

Anónimo disse...

O facho disse essa frase no Viagem ao Fim da Noite e, como sabe, ainda muita água iria correr debaixo da ponte. Não foi o Céline que foi complacente em Munique, mas o tal ocidente que tanto defende, prezadA POETISA russa.PENSAVAM AINDA NOS DIVIDENDOS
Cesário Reboredo da Adeganha

Canzoada Assaltante