Os olhos do homem exercem uma lucidez mortiça sobre as madeiras da casa.
A casa é tudo o que o homem pôde juntar contra o frio, contra as mais casas.
A mansidão do homem evoca a loucura dos bois a caminho das terras verdes.
A mulher é toda séria contra os jardins carnívoros com candeeiros e pêlos.
Não haverá mais mulheres onde uma mulher haja completamente.
A mulher enche os bolsos de rosas e de pães para confundir o comércio.
A mulher sangra a partir do coração bífido sem abrir as pernas nunca.
A criança assassina pequenos bichos no quintal do primeiro exílio da criança.
Os olhos da criança radiografam as nuvens duras sobre o monte violador.
Há uma condenação em toda a criança que escuta a poesia do homem.
A mulher e a criança queimam juntas árvores molhadas de esperma.
Eu digo isto antes de viver um pouco mais.
Caramulo, madrugada de sábado, 16 de Setembro de 2006
1 comentário:
Ufa... duro. Retrata o que de mais abjecto existe na condição humana.
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