12/09/2006

Ko

Não aceito que se seja morto.
Aceito, que remédio, que se morra.
Digo: desconheço, por falta de cultura geral e particular, o nome próprio e primeiro de uma (uma única) criança japonesa de Hiroxima.

15 comentários:

Anónimo disse...

O que é que viram em Hiroshima, meu estupores?Eu não vi nada em Hiroshima, meus amores."Não acreditamos que os heróis que conhecemos da História ou das literaturas, quer eles tenham apregoado o amor, a solidão, a angústia de ser ou não ser, a vingança, quer eles se tenham insurgido contra a injustiça e a humilhação, tenham sido levados alguma vez a exprimir, como única e derradeira reivindicação, um sentimento último de pertença à espécie.
Dizer que então nos sentíamos contestados enquanto homens, enquanto membros da espécie, pode aparecer como um sentimento retrospectivo, uma explicação a posteriori. Foi isto, no entanto, o que se sentiu e viveu de uma forma mais imediata e constante, e foi isto aliás, e precisamente isto, o que foi desejado pelos outros. Questionar a condição de homem provoca uma reivindicação quase biológica de pertença à espécie humana. Serve ainda para meditar nos limites desta espécie, na distância que a separa da «natureza» e na sua relação com ela, numa certa solidão da espécie,e, para terminar, serve acima de tudo para conceber uma visão clara da humanidade" (Robert Antelme)
Miguel Fonseca

Maria Carvalho disse...

Confesso a minha ignorância, depois de ter lido atentamente os teus últimos textos. O que não impede de gostar da maneira como te expressas. E, como não comento comentários, abstenho-me mais uma vez.

Anónimo disse...

"...por falta de cultura geral e particular" :), genial.

Anónimo disse...

Que beleza-
O buraco feito na neve
Ao mijar
(Issa Kobayashi)
António Ribeiro

Anónimo disse...

creonte: o inimigo jamais se tornará amigo, nem mesmo depois de morto.
Antígona: Não nasci para odiar, nasci para amar.
(Sófocles, Antígona)
Joana Santos

Fanette disse...

A saber sobre Hiroxima: Sadako (pássaros da felicidade feitos em papel…) é um entre tantos outros.
http://www.ihn-france.org/oiseau-bonheur/synopsis.html

Anónimo disse...

"Ser um homem do seu tempo. Os homens de rara eminência dependem da época em que vivem. Nem todos tiveram a que mereciam e muitos dos que a tiveram não chegaram a desfrutá-la. Alguns eram dignos de melhor época, pois nem sempre o bom triunfa. As coisas têm o seu tempo, e até as eminâncias dependem do gosto da época. Mas a sabedoria leva vantagem: é eterna, e se este não é o seu tempo muitos outros o serão".(Baltasar Gracián, Óráculo manual e arte da prudência)
Sandra Cristina Ferraz

Anónimo disse...

"Que um diabo sussurre maldições ao meu ouvido
E ensine a minha língua a soltar
O veneno rancoroso que me incha o coração"(William Shakespeare, Tito Andrónico)
André Gomes

Anónimo disse...

será que se podia aqui discutir Hiroxima sem os ódios de estimação? duvido. por isso acho que é melhor não me incomodar.

Anónimo disse...

"Quem tiver alguma coisa a falar, avançe e fique calado"
(Karl Kraus)
Dulce saraiva

Fanette disse...

Il est sur terre deux races d’hommes. La première (d’un nombre étouffant), se contente d’assouvir les besoins élémentaires de l’existence. Les préoccupations matérielles, les soucis familiaux bornent son champ. L’amour, parfois, y projette son ombre, mais strictement égoïste et ramené à l’échelle du reste. L’autre race, quoique soumise au joug de la faim, du plaisir charnel et de la tendresse, porte plus loin et plus haut son ambition. Pour s’épanouir et simplement pour respirer, elle a besoin d’un climat plus beau, plus pur et spirituel. Il lui faut dénouer les limites ordinaires, exalter l’être au-delà de lui-même, le soumettre à quelque grande force invisible et le hausser jusqu’à elle. La pauvreté de l’homme la blesse, la désespère. L’inaccessible seul l’attire comme le rachat et la victoire sur l’humaine condition. Extraído de «Mermoz» de Joseph Kessel.
Agora vamos pensar nos vivos e deixar os mortos em paz.

Anónimo disse...

"A morte recuou e trocou a casa pelo hospital: está ausente do mundo familiar do dia-a-dia. O homem de hoje, em consequência de não a ver suficientes vezes e de perto esqueceu-a..." P. Ariés.
Enterremos os vivos e cuidemos dos mortos
Miguel Fonseca

Anónimo disse...

"Quem quer mama compre um bode!"
(Expressão popular)

Henrique Dinis

Anónimo disse...

prefiro mamar de vaca ou de cabra. tu mamas de onde quiseres. sem preconceitos.
Daniel Amaral

Fanette disse...

Henrique Dinis:
Nem sempre as expressões populares estão correctas. Nunca vi nenhum bode dar a “mamar” nem mesmo após cirurgia. Ou estará apenas a pensar pela sua única “moelle épinière”.

Canzoada Assaltante