Vivemos já todos dias de sol.
Não hoje.
Na névoa humana, somos
manchas de tinta-da-china.
Dormem-nos as mentes.
De o céu ter sangrado
cantam os sapatos nas folhas.
Senti, da cama, a pureza
mortífera do novo dia.
Não pôde, o pobre,
desembrulhar-se de todo
da noite.
Ela passa de costas.
Desconheço que esquina
a tomará.
Ela é a minha vida.
E que nome darei à esquina?
Caramulo, fim da manhã de 21 de Setembro de 2006
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