290
O derradeiro verso da entrada 289 pode – e, se calhar, até deve – causar confusa perplexidade (ou perplexa confusão) aos meus mais fiéis circunstantes. Fácil de esclarecer: a Brotéria é (ou era, sei lá/cá) revista católica. E de mui razoável qualidade, aliás. Ora, no Vol. LVI, Fasc. 2, de Fevereiro de 1953, pp. 155-169, um senhor A. de Magalhães articulou uma prosódia intitulada “Na morte de Teixeira de Pascoaes”. Li a coisa. Reitero o penúltimo verso da 289. Só isso. Mais não digo, nem falta.
291
A minha Cidade é maiúscula: não por ser minha,
mas por ser de meus Pai & Mãe.
Eu venho-lhe(s) por arrasto, tal a capciosa (& daninha)
pesca, de que muitos versos hei dado também.
292
A pessoa nascitura foi engendrada por espermat’óvulo.
Culpa nenhuma tem de se por amor ou violação.
O Romano latiniza, o Grego lança o discóbolo.
O resto é só humano, é tudo à condição.
293
Última hora (gravada em áudio):
Conversa entre duas lápides, ali na Conchada:
– Ainda és palhaço para o geral gáudio?
– Também és gaja p’ra rir, bem ou mal enterrada?
294
Vi os Filhos & as Filhas dos meus Amigos.
Comovem-me como se meus Sobrinhos & Sobrinhas.
A Vida tem joios. A Morte? Nem trigos.
Depois, vêm Netos: & lindas Nètinhas.
Não vou ser americanamente europeu.
Não vou ser esperto fora de telefonemas.
Telefonei a um Irmão. Se era ou não eu?
Dependia da voz – ou então dos poemas.
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