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Sexta-feira,
16 de Abril de 2021
Pedro Cegonha Cobrica Reixelo, profissional solitário de antiquárias coisas, levanta-se antes da primeira-luz há mais de quarent’anos. É pessoa que muito aprecio. Tem compósita qualidade, o seu carácter: educação, trato, discrição, hombridade.
Refiro-o hoje porque-sim, que é sempre curial razão. Recordo-me de lhe ter comprado um precioso opúsculo de 1925 (impresso na Imprensa da Universidade de Coimbra, tinha minha Mãe um ano de nascida; e meu Pai, oito): A Fauna na Toponímia Portuguesa, por José Joaquim Nunes, sócio correspondente da Academia das Sciencias de Lisboa. É separata do Boletim da Segunda Classe, volume XVI.
Há muito não lobrigo tal cavalheiro. Há muito não vem ele cafeinar-me a este amplo salão de bebidas & farináceos. Cheguei a conhecer-lhe a extinta, Dona Maria do patrocínio Gateira de Caçapo de Cobrica Reixelo.
(Segundo o Prof. Nunes, caçapo é coelho novo; cobrica é diminutivo de cobra; e reixelo é cabrito.)
Eis pois a leitura dando de si, dele(s) & de mim.
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Versos maravilhosos da minha leitura de ontem – Crónica, de João Miguel Fernandes Jorge:
“O rosto, rosa e junho caminhando.”
“Um rei procura os limites do mar,
o poeta o sono através da unidade.”
“Com a morte ardem
os animais,
nossas coisas familiares.”
E estes ainda:
“Sobre os lábios do homem a
única duração da vida é razão
de um silêncio ou de uma rosa?”
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