© DA – Branco até Azul
– 17 de Maio de 2012
Leiria, manhã de sexta-feira, 21 de Setembro
de 2012
Acaba pelo calendário oficial o Verão, mas
o tempo, ou a ocasião, não é ainda de recolher à beira-lume do lar a soprar a
taça de chá, a de-vagar o Virgílio, a tostar a fatia de pão ao rubi do brasido.
Ainda não é ferro ir ao rio demolhar as pontas caminhantes em nudez recatada,
recebendo as correrias brisas refrigérias través as faias. Quando ele todavia
havia ’inda, o Outono, assomando, assumia o Tempo todo, que, arrestando-se, se
não sumia, antes parecia guardar o anjo da infância interditando-lhe a secagem
e a distância.
’gora, não é já assim, (a)gorada a idade.
Ao um-e-vinte do Setembro, a estiagem devém de si mesmo bastarda, até que toda
se consuma e arda em perveniente geada. Já no roupeiro chia do casaco o couro a
querer-se portado às portadas de ouro do caduco folhedo.
À hora prima, resiste a noite a falecer-se
em alva – e pela casa aquietada o Desadormecido mano o primevo éter da vigília,
cuidando em vão não tropeçar na mobília.
Mas um pouco de Virgílio,
outro de Poe, uma pitada de Daudet e outra tanta de Prévert – e seja o que o
DiaboDeus quiser.
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