31/05/2011

ROSÁRIO DE ISABEL E DINIS seguido de OUTRAS FLORAÇÕES POR ESCRITO - 4. DIÁRIO DE UM DIA (fragmentos 2, 3 e 4) - Coimbra, segunda-feira, 21 de Março de 2011


A um canto do salão, mulheres tomam café pós-almoço: chilreiam graçolas muito feminis: quase parecem felizes. São empregadas de limpeza, caixas de hipermercado, costureiras, ajudantes de copa.
Ao outro canto, reformados batem o marfim do dominó. Intervalam as partidas com copinhos de ginja e/ou de anis. São clones uns dos outros. Não parecem felizes nem tristes: parecem(-me), sim, almanaques borda d’água: ou árvores decrescentes.

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Meto caminho às pernas, o sol incendeia-me os arrumos traseiros do corpo. (Produzo sombra, portanto, mesmo quando não escrevo.)

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Panos frescos (as sombras; não a das pessoas, mas as que casas e arvoredo projectam pelos flancos da atenção corporal) apaziguam o viço solar do primeiro dia da Primavera. Depois do (pouco) trabalho do dia (uma segunda-feira), recolho-me a pensar-sentir por escrito o cenário mundial em versão conimbricense. Sinto falta Dela.

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Canzoada Assaltante