12/05/2011

Rosário de Isabel e Dinis - 30 (fragmento 1) - Coimbra, segunda-feira, 9 de Maio de 2011

Cevo o curral dos meus versos para o matadouro do esquecimento, atiro gentilezas sem quase olhar a quase quem, muito vigora na alta natação das nuvens do céu a piscina muito azul, almanaqueio os mortos de borda-d’água em recorrente calendário hagiográfico, por vezes nem sinto os pés por causa do gelo de pensar nas mãos, todas essas mãos que com as minhas tocaram parcelas absolutas da evasão, não a fiscal mas a outra, a à realidade.
Celebro o pasquim dos meus versos em memória de certos corpos muito brancos ao norte de uma chávena de café, ao equador de uma cama, ao sul de para onde vou sozinho.
Na dúvida, nenhuma dúvida: o dia e a noite transmudam o talo e a palha. Já me disseram: mas então e o pãozinho de cada dia? Ao que agora posso, finalmente, retorquir que: as migalhas de cada noite.

Sem comentários:

Canzoada Assaltante