7. MUITO BEM
Leiria, sexta-feira, 1, e sábado, 2 de Abril de 2011
Por alguns dias, como, durmo, amo e quase não escrevo ou leio. Vogo. Dias solares e noites justas. Uma espécie de tepidez psíquica – uma coloratura de emoções que roçam o impensável, isto é: a sensatez, a maturidade, a calma, o vamos-ver-e-fazer-por-isso.
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Às 19h23m, um lento e perfeito entardenoitecer de Primavera. Árvores, amplas como vestidos de baile, ali em frente, amplas, amplas. Um talho, uma igreja. Uma frutaria, uma senhora carregada de laranjas como uma laranjeira ambulante.
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Às 21h58m, a Noite é principesca. À varanda, na companhia de um cigarro. Faço por ostracizar as amarguras que entornam o coração e que, não raro, o tornam mau, capcioso, falível, retroactivo.
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Vêm-se-me chegando os dias, as noites e os anos do recolhimento. Aceito-o. Desejo-o, aliás. Esta noite, é com Chopin: depois dos concertos números 1 e 2, um nocturno, dois estudos, dois scherzos, uma valsa e oito mazurcas. Bem, muito bem.
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