© Sandra Bernardo, 7 de Fevereiro de 2010
V
Temos por vezes a decência do lixo urbano,
figuras corvoadoras do anonimato da manhã.
Teremos já sido filhos de alguém, agora não,
agora os tempos são outros, como é normal.
Várzeas crestadas de impune luz não dulcificam
a sombra de quem sombrio passa à sua vida.
Requintes duram já pouco, como é normal,
os pátios são lunares, tais as marés e as mulheres.
Isto verificado, mais se adianta a hora,
anisada a pensativa horda-álea
de choupos e salgueiros continente.
Fio de boca, parkings e bordas de rio:
e, vá lá, um soneto que não desmereça
a honesta escrevinhidão do pouco vivo.
1 comentário:
ora aqui está uma excelente fotografia!
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