André Kertész - Distortion (1933)
VIII
Letras sem leitura juncam o lixo dos sonhos,
todos os outros na noite
antes de tua noite, depois de tua noite,
de outros corpos
prensados em motéis numerados,
pobres cavalariças usadas.
IX
Versos à medida
da vida mesma que me vai usando:
um salão de horas, cristais, espelhos
na treva do bosque em noites de lua
de barro e palha em paragens ermas,
sangrado o ocaso, veludada a noite,
menos a memória de ti
do que a tua memória.
Versos à medida:
uma folha de mármore,
a página só de cima escrita:
uma data de nomes,
uma data de datas.
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