© Eugene Atget
Parque de Versailles, 1901
Souto, Casa, madrugada de 9 de Setembro de 2009
Fala-me de um tempo pacificado pelo sol a preto-e-branco dos sonhos
de um tempo há tempo suficiente que não doa nem mexa no exposto
as pessoas expostas são para consumo da causa é bem de ver
feiras populares e circos pobres também são gente é bem de ver.
Escreve-me um postal que ilustre para sempre o que choveu
o sol que deu árvores e lances de rio e sonhos a preto-e-branco
e senhoras guilherminas a contas com o flato e as crianças e as chitas
e instantes de vento para pura exaltação dos estudantes pobres.
Dita-me outros destinos que podem ser ferroviários
desde que não obriguem a respostas nem a tirar os sapatos
que outra coisa sejam que não este a preto-e-branco sujo.
Vê se me entendes e me alcanças ali o açucareiro
passeios memoriais por áleas e azinhagas já não fazem mal
notas à margem da vida compreendem a vida mesma, é bem de ver.
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