© Alvin Langdon
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Domingo,
8 de Agosto de 2021
É domingo, faz (43) anos que morreu Ruy Belo.
Em 2023, terão passado tantos anos de seu óbito quantos ele respirou.
A Obra dele habita a minha casa, more eu onde for.
Tenho por estes dias habitado outra atenção.
É no século XIX inglês, envenenamentos victorianos.
Entreteço o ócio tentando fazê-lo negócio.
Digo: negócio no sentido de aprendizagem.
Sempre há qualquer coisa a querer-nos foco.
Foco também no sentido duplo de fogo: lume & casa.
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O domingo termina sem história. Propenso ao vazio & ao tédio, é dia um pouco perigoso, algo merencório, cuidado-co’-bicho. Defendi-me da tentação triste lendo, comendo, dormindo, ficando em casa, descuidando o alheio alude. Lá-fora-muito-longe, acabou o carnaval olímpico, não fica para grande História. Enquanto o hóquei-em-patins não for modalidade oficial, puta que os pariu a todos & a mais quem os espere na casota.
How Charles Bravo Died, de Yseult Bridges (The Reprint Society, London, 1957) – tem sido a minha mais tenaz & mais capitosa companhia destes dias agostinhos. De outra não faço requerimento.
Também mais frouxa (distensa, murcha, flácida, só-peles) me tem andado a corda (ou vara) lírica. Tenho deixado andar. Amanhã, não sei. Talvez alguma coisa queira ser escrita. Terça de manhã, tenho exame marcado, vai o coração escrever-se por eco. Ainda muito Agosto hei que suportar. Problema meu, de mais ninguém: não é mês da minha simpatia. Pior: as vagas de calor (de todo o ano) fizeram do calendário um pertinaz agosto + onze, insuportável fornada cada jornada. Vou ter, se a tiver, uma velhice má, contrariada, rancorosa, azeda. Por enquanto, vai dando para disfarçar – mas o medo é nenhum.
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