© DA.
690
Domingo,
1 de Agosto de 2021
O Tolstoi a que me referi ontem é o d’A Sonata a Kreutzer, de que possuo dois exemplares (da edição – muito fraquinha – do Diário de Notícias, Agosto de 2000). Adquiri um deles na Farmácia Agrícola do Louriçal, dia 8 de Outubro de 2001 (segunda-feira). Li-o a 30 de Abril de 2003 (quarta-feira), cem anos depois de, segundo nota-lápis minha de então, a seguinte efeméride:
Livro que Fernando Pessoa leu (pelo menos parte) no dia 28 de Junho de 1903 (domingo), estando doente (convalescente). [ver Fotobiografia, pp. 85.]
Pelas minhas contas, nesse dia tinha Fernando Pessoa 15 anos & 15 dias. Rapazinho, lia, decerto na cama, esta obra da fase terminal do colossal russo. Este tipo de anotações interessa-me muito. São minúcias irrelevantes para o vulgo – mas para mim são diamantinas. Isto é a (minha) verdade.
691
Morreu no passado dia 30 de Julho (sexta-feira) Olga Prats, se não erro a data. Nascera em 1938. Deixa de si um rio de música de que as pessoas de bom-gosto podem ser a foz.
692
Olga Prats (Portugal).
Henry VII (Inglaterra).
Fernando Lopes-Graça (Portugal).
Richard III (Inglaterra).
Os nomes dos mortos batem os pés nus na pedra molhada. Este não é porém o inverno de seu esquecimento. Tenho tempo que dar-lhes. Os quatro nomes de cima valem bem de paradigmas. À entrada do mês-bocejo, eles sentinelam-me a vigília. Ouço, leio, escuto, interpreto. O mais é aprender.
Olga – 1938-2921. Henry – 1457-1509. Fernando – 1906-1994. Richard – 1452-1485. O par português, Música dada; a parelha inglesa, muita espadeirada.
693
Problemas entre o capataz & o dono da obra.
(Conhece a História afins cenas de sobra.)
Richard Neville of Warwick versus Edward IV.
E o salazarete contrariado por Craveiro Lopes.
Ou que dizem que, só especulação é possível.
Dizem, também, que foi por aqui domingo. Mal o percebi, sendo-Vos franco. Domestiquei-me todo o ignoto dia, numerado 1 do mês Oito. Linhas correm quietamente, volvendo-se pretéritas por imediata acção das imediatas. Continuo negando importância a quase tudo. Entre alarmismo fátuo & vera urgência, insurreição & ovelhismo, intervalos da chuva por que passo sem pressa nem demora. Ocorre-me o vocábulo irrisão. Sim, a idade traz coisas na rede. Nem tudo é desperdício. As que leva, não devolve.
Sem comentários:
Enviar um comentário