© Heonwoo Kwon
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Quarta-feira,
24 de Fevereiro de 2021
Mortamente a Lua é apedrejada às cegas no vazio
Cá em baixo ressentem-na as marés relojoeiras
De nada nos valerão oiro, pão, tesão & cio
Melhor é ’inda ver o florescer das amendoeiras.
Corri cidades & lugarejos
Locais universais sem novidade
Furtivamente fiz matas & brejos
Pouco me faz mossa de saudade.
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Quinta-feira,
25 de Fevereiro de 2021
A sofreguidão mecânica do Tempo obriga a esforços sérios no sentido da auto-preservação, a começar pela mental, essa ínsua onde mais florescem asneiras do que tangerineiras.
Não sei Março.
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Invejo a pachorrenta malta bovina?
Não invejo – mas em diverso hoje me gostaria.
A era não vale sequer a lã-canina.
Refúgio, só na mente por estesia.
À larga, a vida não s’oxida tanto.
Arvoredos & retratos há sem moldura.
A doença é a promessa mais segura,
cornada em poste ao chutar p’ra canto.
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É acontecimento na vida, a fotografia que fixa a menina de ainda-nem-seis-anitos curtindo a proximidade da lareira acesa quando lá fora a invernal autoridade coalha o éter respiratório.
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