© DA.
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Sábado,
30 de Janeiro de 2021
Do olhar ao céu vai transparente aclive.
De estirpe invernal os dias têm sido.
De estirpe invernal os dias têm-se ido.
Fico mais em ondes onde nunca estive.
Já não é incomum dormir um pouco à tarde, hora ou par de horas. Dá a voz do vento nas arestas arbóreas – mais à noite. Presto a mais lenta atenção à vida rápida. Está doente alguém de quem gosto, sempre gostei, vou gostar sempre. Tento ir, mais e mais, pela simplificação. Comer pouco de cada vez. Não ler tão à pressa. Conhecer mais do que escolher. Ter sempre presente que a ignorância sobrepuja a sapiência.
Quando em gabinete, não olvidar que a madeira da mesa já foi árvore. E que o próprio apelido é (de) árvore também.
Depuro o que, paixão, foi doentio.
O vento nas arestas, ouvido no catre quando instaurada a noite já neste trecho do mundo. De manhã muito cedo, as aves. Todo o dia, o Gato – o meu maiúsculo tigre. Os elementos que disponho em a presença de (já) tantas ausências. Arredada foi já todavia toda uma caterva de pessoinhas-peçonhas. Não foi vazio o que deixaram – foi plenitude.
O que for, há-de vir como quem parte.
A arte é ir deixando a bagagem.
Imagem partilhada, não solerte,
acerte em quem mereça tal imagem.
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