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Quinta-feira,
4 de Fevereiro de 2021
Uma imagem de 1965 d.C., em primeiro-plano uma figura típica da Cidade, anónimos de contrafundo, uma festa qualquer, acho que do foro académico ou assim. Consumação dessa eternidade ilusória.
De Leste, um pianista de alta qualidade; do Dafundo, memórias de natação; o rosto de Teixeira de Pascoaes; o rosto de Mário Eloy; rumor de história vulgar de cornos, suicídio do cônjuge masculino, gente escarépia toda contente boatando o cenário.
Um rosto de litografia italiana ferrado em pedra no imo de Cantanhede: era jovem o defunto, “agora que idade tem?”.
Na Biblioteca, rapariga de vestido escarlate sarapintado de bolas níveas – a moça lê um relatório sobre o mortífero atentado que vitimou o caudilho Sidónio, já lá vai um sèculozito bem medido. Esta bonita flor-da-idade é neta de uma catedrática das Clássicas, a injustamente esquecida Professora Idília Castro-Nobre, assim com hífen & tudo.
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