Pombal, tarde de 2 de Dezembro de 2009
Desde tenra e terna idade que convivo com uma síndrome curiosa: algo a que poderei chamar simultaneísmo.
Enquanto escrevo, alguém aperta os botões de um casaco novo – alguém corta o cabelo a alguém – algum patrão vocifera contra a imperfeição de um plano contabilístico mal amanhado por um amanuense irreverente e sem zelo – alguma mulher pensa num homem ou em dois – algum cão sonha com sombras entre árvores – alguém se injecta nandrolona – alguém, a uma janela, atira flores antigas à rua – alguém decide não levantar-se da cama para repetir a vida – alguma mãe fuma um cigarro quando todos saíram já de casa sem ajudarem a levantar a mesa – alguém é ainda de terna e tenra idade.
3 comentários:
isto é muito, muito bom. parabéns.
É apenas a opinião de um rapaz figueirense, perdão.
É simultaneamente muito e bom.
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