Pombal, manhã de 3 de Dezembro de 2009
Manhã, território cinza de renascimento,
traz à face o hálito das árvores e dos cães.
Tem estado a chover, mas de momento
luz na praça o rubro ouro de laranjas e romãs.
Outro tesouro não quero que esta pobreza
por pobre milagre cada dia acontecida:
esta província, esta obstinada natureza
que aos passos da morte opõe os da vida.
*
Agora três mulheres saem do elevador.
Em baixo, o porteiro sopra vapor nas mãos.
À janela está-se bem, vê-se o castelo
e onde vai ser o novo hipercomercial.
*
Não pode o Outono que meus dias de porteiro
sejam folhas mortas, que vivos são,
apesar de pelo chão. .
*
Mas vivos.
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