Souto, Casa, entardenoitecer de 23 de Dezembro de 2009
Para os lados do coreto cheira a açúcar torrado, a crianças vivas, o tempo suspende as patas como uma louva-a-deus em vilegiatura, as avós não sucumbem ainda aos venenos da viuvez, no município cunham as medalhas de história-pátria local, as ciganas mamam café com leite e copinhos de anis em torno de uma fogueira invisível, a estátua do soldado ultramarino ganha um verde oceânico a que não é alheia a obra da chuva vespertina, já fiapos de sol catedralizam a tarde, a bonomia social é feita de rulotes e de tendas e de botijas de hélio suspendendo homens-aranhas de encher, antes de tudo isto ser cinza, um domingo, na nossa terra na nossa vida.
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