Louriçal, noite de 3 de Dezembro de 2009
A aranha tem cabelo
A viúva também tem
Muito arranha o cerebelo
Ser filho de pai e mãe
A braboleta adiposa
Vai p’à lip’aspiração
Nem sempre o poeta é rosa
Uns serão e outros não
No convento afamado
Por doces e malvasia
Encerrou-se a minha tia
Em dia mais azarado
Quatro dedos tem a mão
Mais um p’ra contrariar
É o da oposição
Que se chama polegar
Linda é a foz do rio
Quando morre contra o mar
Assim sou eu mesmo ao frio
Sem modos de t’aquentar
Azulejo sant’antoninho
Santa casa nosso amor
Azeitonas pão e vinho
Não te cases c’um doutor
Se Sant’Ifigénia fosse
Em romagem a Belém
T’ria aranhas no cabelo
Por filha de pai sem mãe.
1 comentário:
Gosto disto.
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