Louriçal, entardenoitecer e noite de 3 de Dezembro de 2009
Alguns ontens depois,
sobe à tona dos olhos
a quase mínima turvação
de tantos ontens,
depois de tantos.
Não tem mal assim seja.
Vê-se um pouco menos,
sim,
mas a idade traz
que se olha mais.
*
Eu agora estava aqui quase quieto,
nas costas a praça sobrevoada de cegonhas,
em frente os sanitários, as mesas imitadoras
de rodas de carroça à faroeste.
Roda da carroça da minha vida
não ‘inda finda nem ida, antes sobrevoada
da bela cegonha estelar de praça quieta,
uma quinta-feira, pelo entardenoitecer, calma.
*
Heavy morning drinker,
diz-me ao que vens, acabada a manhã.
*
Hoje fechadas.
Talvez algum velho vivo recorde
algum nome de estas casas, algum
episódio,
qualquer coisa.
1 comentário:
Alguém recorda sempre alguma coisa menos o dente do pente esquecido atrás da porta da pensão onde ninguém nunca foi.
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