18/10/2005

Luis Sepulveda Dixit

"Assistimos a uma perda evidente de identidade. E identidade nem sempre tem que ver com fetiches como os símbolos da pátria. A identidade está directamente relacionada com a memória pura, com o que sabemos de nós próprios. O mundo está a correr o sério perigo de se tornar uma nação de imbecis como são os norte-americanos, que não têm identidade porque renegam sistematicamente a sua história. O cidadão típico norte-americano só conhece a história do seu país nos últimos 50 anos. Mais nada. E, à parte de não viajarem e o mundo não lhes interessar, ainda têm essa tristeza existencial de manifestar uma espécie de orgulho do seu próprio isolamento. Há alguns anos, Portugal viveu o mesmo perigo quando Salazar definiu a forma de ser dos portugueses: orgulhosamente sós. O mais preocupante desta sociedade mediática em que vivemos é que se está a perder a espontaneidade e a capacidade de nos expressarmos de uma maneira não tanto inteligente, mas inteligível."

in Mil Folhas, Público, 15 de Outubro de 2005

2 comentários:

Anónimo disse...

ao mesmo tempo não esqueçamos que este é o mesmo Sepúlveda que apoia incondicionalmente Castro e o regime cubano, e que foi capaz de dizer barbaridades atrozes na morte e sobre o Guilhermo Cabrera Infante. Sepulvedices de quem se refastela em Gijón e julga que há uma grande diferença entre quem o torturou no Chile e quem tortura em Cuba. Fica-lhe mal. A ele e ao García Marquez. Vale o bem que escrevem. Como Borges e Junger.

Anónimo disse...

De qualquer maneira, depois de só espreitar o Tapor, bolas Daniel, esta sua casa é um verdadeiro salão de Guermantes.
(isto se ignorarmos alguns postes cavernáculos, ok?)

Canzoada Assaltante