Uma pessoa não se livra da infância.
De noite fechava os olhos, vinham sons.
Comboios urdiam a distância.
Arroz de frango, água-torneira.
Pão de hoje duro de ontem.
Calendário descuteiro conscuteira.
Dias que passem, noites não contem.
Na cinza breve, minha ermida,
choupana glauca, minha vida,
o coração é pó rubro, sossega.
Atende e fala à despedida.
Os livros são p'ra ti, minha querida.
Espero domingo a tua entrega.
Tondela, tarde de 11 de Outubro de 2005
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