48.
FALA O MATUTINO
Leiria, quinta-feira, 17 de Novembro de
2011
Parece-me a nova manhã um vaso de cristal
lavado em corrente fonte que a pedras e caminho de ervas lava também.
A luz pinta de uma só vez a tela da hora. É
cedo, as coisas podem acontecer, instantes e estantes de si mesmas.
Isto certifico sem outra demora que a que
vem do hábito de contemplar dentro o que fora miro.
As embalagens de água & carbono, a que
pessoas chamam as pessoas, progridem na luz boa e fresca. O Rio é muito perto –
e some-se vindo, estando sempre sem jamais ficar: de que resulta uma espécie de
magia maravilhadora, a meu ver.
As casas descerram-se em museus vivos.
A noite, que foi benigna, respirou pelos
móveis que guardam a distraída afeição das utilidades.
(Na agenda, uma nota recorda que:
A
vida é, apesar do mundo.
É-se da própria vida, que é obrigada ao mundo – e dele.)
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