27/05/2012

De 6 de Dezembro de 2011


Obstinada reiteração te me devolve ainda
a imaginação abespinhada do corpo.
Penso-te-que-me-sentes: na estátua de água
que vaporosamente somos em banhos separados,
ante uma montra com arlequins para filhos
que nos não refizemos outra-em-um.

Isto já não era o amor que ainda é
imaginada obstinada reiterada abespinhadamente.
Um cesto de maçãs tomado de oblíquo sol
à mesa de ambas as separadas cozinhas:
retrato de cada um, freguês de sua frutaria
em longínquos irrepreensíveis irremediáveis
povoados.

Vou ainda pela caligrafia (filografia lhe chamei hoje),
por onde até onde vais tu não sei, nem já saber
quero ou posso querer, podes crer.
E no entanto a terra movia-se galileiamente
como ainda e sempre e para sempre, mais
por vezes do que o mar até, só nós parámos
sem ordem da polícia nem dos tribunais.
É porque não valíamos nem merecíamos mais. 

Sem comentários:

Canzoada Assaltante