Fotografia: regresso a casa, noite de 21 de Outubro de 2008
Texto: Casa, Souto, noite de 4 de Janeiro de 2009
Noite, vem.
Sê um país de veludo.
Talha cordilheiras de jus a montante,
trabalha tua música de mochos,
solta no ar de veludo o papagaio de estrelas,
casa o ouro com a prata num cadinho de ébano,
deixa-me ser, se não feliz, sereno.
Vem, noite.
Coralíferas pérolas queiras demonstrar
em nacaradas pulsões.
Instiga a furtiva escrita dos gatos,
o clarão ominoso dos candeeiros,
a ganga dos solitários que um por um
te regressam,
como eu te ingresso,
venhas logo que vieres.
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