© Berenice Abbott
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Eis H. súbdito
involuntário de estéril pasmaceira dominical. Vale-lhe que, trabalho, só na terça-feira
de manhã. Tosse cavernosa & corrimento nasal. Arrepios térmicos que o
melancolizam. Nenhum desporto que pratique. Facilidade nenhuma. Dia penoso. E no
entanto há que r-existir.
R-existir,
sim.
Não hão-de
ser muitos os anos-em-branco.
A vida não está
para isso.
Alguns livros
por ler ainda, boa fortuna.
Raras conversações
com rara gente valorosa.
Nenhuma receita,
sortilégio nenhum.
Chorar nada,
lamentar nada.
Levantar a própria
sombra, levá-la a recado.
Ir ganhando
moedas até denúncia contratual.
Planear nada,
esperar coisa alguma.
Nem mulher
aparelhada à mão-esquerda.
Fastio aparentemente
insolúvel.
Quando pode, enquanto
pode, H. revisita o bairro de sua criação infanto-juvenil. Mira a Escola
Primária (hoje sem crianças, encerrada). Encontra rapazio da sua geração. Horas
escuras. Regressa a pé a seu Quarto-Casa, lá onde seu paterAvô etc.
Saudade pungente
de meus animais tão amados.
Solidão até
óssea, oxidada, ominosa, sem rosa.
Baralhar &
dar de novo as cartas da minha vida.
Que rumo? Que
recomposto atavio?
Nem farda nem
fardo.
Chorar nada,
lamentar nada.
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