02/08/2022

H. EM BUSCA DELFIM - 33




33

 

Delfim:

 

Tempo em marcha inapelável.

A sogra do noivo (cerimónia a 28 de Maio próximo) pediu-me que lhe compusesse o discurso a orar ante noivos, marido, demais compadres & demais convidados. Anuí, naturalmente: há muitos anos sou amigo daquelas pessoas.

Faço hoje, talvez, um teste de optometria – para orçamentar óculos novos. Pedi dinheiro emprestado a três Amigos (ainda me não responderam).

Fui ontem, por videoconferência, sendo meio-dia, a uma entrevista pró-emprego. Espero ser contratado, embora seja trabalho por apenas quatro meses & pelo salário-mínimo. Este trabalho: vigilante (“guarda-rondista”) de uma casa de pessoas sem-abrigo.

Cerceei o uso alcoólico. O tabágico, também.  Tomo os medicamentos que há onze meses me foram prescritos. Escrevo muito menos. Converso com mui pouca gente. Melhorarão as coisas, digo, o existir? Em absoluto o não sei.

Espero que me paguem uns escassos trocos a troco de certa função que exerci nos escassos primeiros dias de Abril pretérito. Fui ao multibanco – nada.

Tenho lido literatura detectivesca: Paragem em Berlim, de Alan Winnington; O Caso do Colar Desaparecido, de S.S. Van Dine; e, antes destes, Venenos Vitorianos, de Julian Symons. Entretenho ligeirezas, pois. Para metafísica, basta-me bem a minha tesúria moedeira. (E também Morte na Primavera, de Magdalen Nabb, já agora.)


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Canzoada Assaltante