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Quarta-feira,
3 de Março de 2021
Dez anos, hoje, sem Mãe.
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Dez anos, hoje, sem Mãe – but let’s talk business instead. Raia o sol a espaços. Bruma & luz partilham a tarde. O mundo não é feio, é só vazio vezes de mais. (É treta, o que acabo de escrever. Tentemos divergir.)
Itália não é perto. Eu gostaria de ver Florença. E as pedras com água daquela zona da Suíça onde Holmes & Moriarty pugnaram mortalmente. E a Normandia litoral, essa da madrugada de Terça-feira, 6 de Junho de 1944. E a teutónica Floresta Negra. Tóquio & Pequim, nem que me pagassem. África & Brasil, nem que me pagassem o dobro para Pequim & Tóquio. O meu planeta escolhido é meu. Não obedece a execráveis tendências infectadas por uma espécie de remorso pós-colono-imperial de que não sofro nem tenho de penar.
Um gajo sem Mãe pode ir aonde lhe der na gana – nem que só por escrito.
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Não havia nem há mentira nas palavrosas epifanias possíveis & passíveis de fixação em papel, se em pedra não. Contêm elas, parece-me, a sua verdade auto-suficiente.
O Stoke recebe hoje o Swansea para a segunda-divisão inglesa. Venho de ver um Irmão, lá o deixei entregue a cuidadores profissionais. Trouxe comida fresca. Por ter adormecido tarde e acordado cedo, sinto certa zonzura sensorial. Amanhã é quinta-feira, 4. Aos 5’58’’, Nick Powell, do Stoke, inaugura o marcador.
Pretendo amanhã seguir certas imagens de proveniência segura. Há anos, largos já, que com elas contactei pela vez prima. Retorno ora a elas no intuito de, por elas, enriquecer este caderno-livro. A motivação é de bom cariz, boa estirpe, decente casta. Aos 18’32’’, bom golo de Roberts: 1-1, agora.
(Se a lembrança me não falha, em O Que Diz Molero há referência a um Stoke-Arsenal, com vitória dos anfitriões por 2-1. É obra-prima a reler: sem exagero prima, ó Dinis Machado!)
O serão vigora & viceja. Tomei já o chá (melado, com um farrapo de leite-gordo) que à noite me gasalha & agasalha. Tenho sido preguiçoso leitor. A avidez de meus antanhos deu lugar a uma quietação sem frenesi. E agora, vergonhosa & escandalosamente, a meros 15 segundos do fim do tempo-de-compensação, o árbitro assinala grande-penalidade a favor dos galeses. O velhinho Stoke City (fundado em 1863) é roubado em casa: 1-2, resultado final, contrariando pelo avesso o Molero. Assim, a bola é tristonha. Todavia, cá pelas berças futeboleiras sempre sorrio: valente Sporting de Braga, papão de andrades.
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