Fedores da pátria cloaca
Este País não anda: tresanda. Dia a dia, mais e mais chafurdamos na cloaca. Claro que os queixosos (as pessoas que trabalham mesmo, que descontam mesmo) só podiam ser – como são – acusados de negativismo antipatriótico. (Pois se até a mulher de Cavaco, recebendo uns míseros 800 euros de reforma, parece tão feliz na mesma, tão comprometida, tão empenhada (ou “engajada”, como no jargão francófilo-sartr’existencialista), tão activa, tão caritativa…)
Mas nem todos podemos ser cônjuges do Chefe de Estado. Não, a Parvónia tresanda, não anda. Exemplo: cheira-me que daqui a uns tempos o espectro cancerígeno-financeiro do BPN vai fulminar, por metástase, um tal BCP Millenium. Cheira, cheira. É que o furúnculo não é rosa, é só da cor dela. Outro exemplo: cheira-me que o famigerado “rating” das tentaculares “agências internacionais”, o tal “rating” que nos põe mais ainda de rastos para melhor nos desfechar um pontapé definitivo nos quartos traseiros, significa apenas isto: “ardil de ratos”. E este exemplo ainda: cheira-me que o decreto que alarga em milhões e milhares os limites de autorização de despesas pelos donos e pelos mastins dos cargos ditos públicos (primeiro-ministro e ministros, institutos, directores-gerais disto e daquilo, chefes de gabinete e demais pandilha, entre a qual avulta, valha-nos o Santíssimo, a autarcada toda) é um avia-clientelismos de última e desesperada hora. Mas já não me cheira que o Tribunal de Contas venha a conseguir (ou sequer a querer) fiscalizar, de facto e deveras, esta tripa-forra demencial.
Corrijo-me: isto não cheira – isto fede. (E ainda por cima, como se nada disto bastasse para colectiva desgraça, o antigamente grande Sporting Clube de Portugal está transformado numa rulote de bifanas, coisa que me cheira a preocupar mais, deveras e de facto, os portugueses do que os Portugueses.)
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