PELO CANO
Leiria, segunda-feira, 18 de Abril de 2011
In memoriam do grande cantor espanhol
Naveguei o dia.
(M)Arejei manhã muito cedo, como apraz ao marinheiro honesto.
À boca do entardenoitecer, cozinho ervas e ervilhas em silêncio.
Desta vez sim, a tempestade cumpre-se: majestosa, negra-azul como um corvo descomunal que trucida o Levante em nome do Poente.
Ponho o falecido-vivo Carlos Cano a pasodoblar a restrita humanidade só dele.
Já choveu sobre o derradeiro grés da visão.
A noite arrebanha suas crias: os deambulantes sem livros, os cães exercendo suas memórias alimentares, o polícia-de-giro espreitando da rua, pela montra, o futebol a cores do serão televisivo.
Silhuetas demonstram a fixidez pétrea das igrejas, o sono mastodôntico dos autocarros estacionados como desde/para sempre nos parques que a Lua estiva de cutelos.
Naveguei para isto o dia: até Carlos Cano, até
Maria la Portuguesa.
2 comentários:
olá, boa noite.
O seu blogue é, para mim, um local de visita diária desde que o joaquim jorge mo deu a conhecer em janeiro último. E uma visita sempre por, e com, enorme prazer.
Tive a oportunidade de o conhecer no dia 30 na apresentação do livro em Ribeira de Pena. Não fomos apresentados por um ligeiro desencontro e pelo momento atarefado do joaquim jorge.
Adorava escrever bem. Limito-me a ser selectivo nas leituras.
Na sequência do que tenho lido há uma idéia que persiste (desculpe lá a ousadia) mas quem escreve tão bem não deveria materializar em livro os TEXTOS ÚNICOS que publica na internet.
Desculpe a insolência da sugestão mas é uma idéia que resulta da leitura do que publica.
Com a qualidade que tem não deve ser difícil publicar.
cumprimentos
Albino
Olá, Albino. Agradeço as suas palavras. Quando o livro sair (se sair), um exemplar estará guardado para si, através do Joaquim. Prometido e garantido.
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