21/04/2011

Ideário de Coimbra - 178 - fim do livro. (Agradeço a V. companhia ledora ao longo da produção (e) de nove meses. A vida continua. Este blog também.)


© Gertrude Käsebier (1852–1934)
Blessed Art Thou among Women (1899 )



 FINAL



Adões, segunda-feira, 7 de Março de 2011


A Mãe morreu-nos quando passava meia hora da meia-noite de 3 de Março de 2011: trinta e nove anos exactos sobre a morte do pai dela, o meu avô Carlos dos Santos.
A Família e os Amigos fizeram-se regaço para que a Mãe fosse ao colo dormir com o meu Pai. É a mesma, a campa – de modo que, pelo meio-dia do dia 4, sexta-feira, toda aquela cerimónia de investidura final me pareceu o que de facto era e foi – o segundo e derradeiro casamento deles. A Amélia trouxe-me da Figueira uma caixa de queijadas e de pastéis de Tentúgal, oferenda que nunca esquecerei.
No final, depois de almoço, a minha Leonor quis revisitar a casa dos Avós, a oficina do meu Velho. E quis passear comigo um pouco pelo Monte do Picoto. Assim fizemos. Durante, disse-lhe que a transmissão estava completada. Ela compreendeu de imediato o que eu lhe queria dizer. Disse-lhe depois que a amava completamente. E ela respondeu-me que me amava completamente. E que

– Estar contigo é a minha missão.

Este episódio salvou-me (d)o dia.
Agora, o Ideário de Coimbra acaba aqui.



Daniel Abrunheiro
31 de Maio de 2010
7 de Março de 2011

3 comentários:

Anónimo disse...

...e que tal em papel!
As boas idéias/coisas parecem mais reais quando adquirem propriedades materiais.
albino

Daniel Abrunheiro disse...

Vou fazer por isso, amigo Albino.

Filipe disse...

Também fico à espera... abraço

Canzoada Assaltante