01/02/2011

Ideário de Coimbra - 156

156. SINGRAM CÉLE(B)RES AS NAUS (DA MORTE)
Coimbra, domingo, 30 de Janeiro de 2011

A morte a que eu pertencer um dia
será da cor da noite da minha vida-ida.

*

Singram céleres as célebres naus
(Mas o Real estava a perder um-zero, sabe como ficou, senhor Manuel?),
as roxuras orientais almejando de alvuras e
panos.
(Mas o Osasuna só na segunda parte fez o tento, sim?)
O meu povo é fossimbecilizado de têvêmerdas,
mas, aquando das naus,
(Isto este ano é para o Barcelona, só pode ser)
especioso era e audaz:
volta, povo,
(E País Basco)
se fores capaz.

*

Bravas pombas rasam a minha condição mortal.
Sou destas pedras fruto de Portugal.
Ando por aqui.
Entende:
uma pessoa sua e soa, é uma voz de pano & couro & sal.
Uma pessoa é um tesouro animal.
Esta tarde, mudo e silente e calado, fui selenita
demandando, nefelibata, a Humberto Delgado.
Re-dei pão a pombas e pardais.
No mínimo, fui mais
do que convém ser:
isso, lá, quando pensar quase agride.
Quando pen(s)ar, agridoce, agride quase.
E o coração como um cartão de crédito para além
do saldo.
(Desejo as tuas melhoras, Arnaldo).

*

De onde vem o vento, minha Mãe, de onde vem?
Virá o vento, vindo, ser voz do sangue também?





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