Casa, Souto, manhã de domingo, 7 de Dezembro de 2008
Um tal Tales de Mileto não sei quem foi,
como Demócrito não sei, demos o carreguem.
Razão têm os Franceses em chamar dia-mancha
ao domingo,
jornada propícia à melancolia e à autocrítica,
não sei porquê, como não sei quem Tales
nem Demócrito, demos me carreguem.
Sai-se, enfim, pela manhã a tomar café quente
e a ver chover na esplanada
e a fumar egipciamente um cigarro,
antecipando a pressão da bexiga de todas
as chegadas a casa
para almoço
e melancolia.
É do dia e é da mancha, será:
jorna de peditórios cristianíssimos,
para os quais,
como para o de Demócrito,
já demos.
Tenho ali um Camões anotado para reler, o que é bom,
e têvêcabo para o mapling do costume, o que não é mau.
Há comer para as gatas até terça-feira.
Raciono mais do que raciocino, o que é mais ou menos.
Lá fora, no mundo onde chove, os divórcios, o chinquilho,
as pizzarias e as esposas dos médicos tomam decisões
apesar dos clínicos que são maridos das esposas dos
médicos.
Deus dorme pesadamente seu feriado.
Os caixas das estações de serviço, não:
a conversão de Constantino não veio assim de tão longe,
afinal.
Nisto, surgem Heraclito e Anaxímenes,
carregados por inqualificáveis demos.
E nunca mais é segunda-feira.
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