Leonor vezes quinze
No momento em que escrevo, completa quinze anos de vida a primeira e penúltima de minhas filhas.
Não sei (não o sabe ninguém) que lhe guarda o futuro. Sei tão-só que guardas preciso eu ela tenha no porvir.
Receio que os burocratas a queiram matricular em desesperanças que são minhas, não dela. Não a quero triste neste país bonito e triste e nosso. Quero-a pertinaz, contumaz e relapsa na felicidade. E quero oferecê-la ao mundo como se oferece uma flor: indicando-a sempre ao ar, arrancando-a nunca do chão.
Fui buscar-lhe o nome a Camões, mas quero-a segura e calçada sempre que ela for à fonte. O segundo nome próprio que lhe dei – é o que foi de meu Pai. Fiz bem.
O dia dela, hoje, é-me para sempre. Todos os dias dela me são para sempre, que nem tudo é nunca, na vida.
Penso nela quando sorrio à visão de algum dos mil encantos da vida: uma linha alta escarlate de sardinheiras em varandim de mansarda; um gato ao sol com sombra de tigre; um livro aberto ao acaso na página certa; a veia também aberta de um rio; as mãos de minha Mãe acertando o sal na comida; as risadas de novo frescas dos meus irmãos ao pé dos filhos deles (meus também, afinal); e a primeira vez que ela sorriu, lascando-me para sempre o coração e o Camões.
Se hoje, e aqui, mostra pública faço do primeiro e penúltimo de meus mais gravosos amores, é porque sim.
E porque se me azula, sobre fundo de puro ouro, tanta, de quinze anos, verdura: tão formosa e tão segura.
No momento em que escrevo, completa quinze anos de vida a primeira e penúltima de minhas filhas.
Não sei (não o sabe ninguém) que lhe guarda o futuro. Sei tão-só que guardas preciso eu ela tenha no porvir.
Receio que os burocratas a queiram matricular em desesperanças que são minhas, não dela. Não a quero triste neste país bonito e triste e nosso. Quero-a pertinaz, contumaz e relapsa na felicidade. E quero oferecê-la ao mundo como se oferece uma flor: indicando-a sempre ao ar, arrancando-a nunca do chão.
Fui buscar-lhe o nome a Camões, mas quero-a segura e calçada sempre que ela for à fonte. O segundo nome próprio que lhe dei – é o que foi de meu Pai. Fiz bem.
O dia dela, hoje, é-me para sempre. Todos os dias dela me são para sempre, que nem tudo é nunca, na vida.
Penso nela quando sorrio à visão de algum dos mil encantos da vida: uma linha alta escarlate de sardinheiras em varandim de mansarda; um gato ao sol com sombra de tigre; um livro aberto ao acaso na página certa; a veia também aberta de um rio; as mãos de minha Mãe acertando o sal na comida; as risadas de novo frescas dos meus irmãos ao pé dos filhos deles (meus também, afinal); e a primeira vez que ela sorriu, lascando-me para sempre o coração e o Camões.
Se hoje, e aqui, mostra pública faço do primeiro e penúltimo de meus mais gravosos amores, é porque sim.
E porque se me azula, sobre fundo de puro ouro, tanta, de quinze anos, verdura: tão formosa e tão segura.
7 comentários:
:)
Os quinze anos de Leonor merecem, seguramente, o discurso amoroso do pai.
Parabéns à menina, que ainda não conheço, e também ao pai.
PS- Diz à tua filha que não desperdice o Verão!
leonor é o mais belo nome para mulher da língua portuguesa.
muitos parabéns a ela e a si.
que belo texto e que orgulho ela deve ter em ser tua filha!
abraço!
Eu é que tenho orgulho nela, amigos.
Bonjour amigo, sim é lindo e bem segura!
Quinze aninhos...é maravilhoso, sim, orgulho de pai, claro__________________bem parecida contigo,
uma fôfinha nessa foto!
Pois o Pai e mae natal, devem ter dado mimos às meninas da tua casa, e espero que tenhas tido paz, embora seja por intermitência...é à luz do pisca pisca e jà nao é mau!
Beijos com muito frio e entra com os dois pés direitos, com a cabeça à gauche_toute!
rosas senhor daniel.
lidia
LM
Parabéns à Leonor (nome tão bonito!) e ao pai, que acredito teve prazer a trazê-la ao mundo.
Enviar um comentário