Entre polvo e “pobo”
As pessoas acham que EDP é Electricidade de Portugal. Não
é. A sigla significa isto: Efectivos Donos de Portugal.
As pessoas acham que a fraude do BPN daria para repor não
sei quantos subsídios de natal & férias. Não dariam. Mas seriam “coiso”,
para citar o Alvarito ministro do Desemprego, para chegar ao pagamento de mês e
meio de salários (sem os prémios) aos efectivos-donos-de-Portugal, mais os
penteados da Catarina Furtado na RêTêPê, mais um fim-de-semana a meia-pensão-sete-estrelas
em Vila Praia de Zanzibar aos casais Henrique Granadeiro & Senhora / Zeinal
Bava & Consorte.
As pessoas também acham que o “pobo” não é estúpido. Acham
mal. A maior parte dos Portugueses acha que nunca se vai ver grega. Acha mal. É
quando os Portugueses, em vez de Portugueses, se dão ao luxo (ou ao lixo) de
ser só “pobo”. Quando se derem por achados, darão consigo mesmos sujeitos ao
Duarte Lima chefiando o Ministério da Justiça, ao Vara nas Finanças, ao
Isaltino na Procuradoria Geral da República e, por bónus gorduroso, com o Super
Silva SMS Carvalho porteiro da Lux e da Kapital ao mesmo tempo, isto se o Pinto
Balsemão não comprar o Público
entretanto só para fazer pirraça ao Marcelo Rebelde de Sousa.
Entretanto, o Fernando Mendes e a Fátima Lopes (a dos gritos,
não a dos vestidos à francesa) dizem mal do Goucha levar injecções vitamínicas
para não envelhecer a partir do pescoço. Súbito, aparecem o Nicolau Breyner, o
Júlio Isidro e o Herman José muito aflitos a ganir coisas tipo se a RêTêPê
desaparece o que é que eu faço da minha vida, estimo bem que tu te lixes mas se
a RêTêPê desaparece o que é que eu faço da minha vida.
Lá mais no fundo, porém, onde o ex-povo não toca, Bernardo
Sassetti morreu. Era só um pianista, não tocava alto nas feiras, não bajulava vereadores
nem corredores nem dava passos perdidos. Sabia e era música. Pouco mais tinha
do que quarenta anos. Ouço-o ainda, por vezes, no escuro da minha sala. Desisto
da burridade do “pobo”, desisto de acender a luz da sala, ponho Sassetti vivo
outra vez e faço de conta que ninguém é dono de mim nem de Portugal.
3 comentários:
Não é a primeira vez, não será decerto a última: aparece por aqui certa espécie de comentário anónimo (naturalmente anónimo porque cobarde por natureza) que nunca publico por razões de higiene. Soez, acintoso e nojento, é o tipo de insulto que me faz tão mal como as moscas mortas. Para mais, a ortografia é repelente. Aqui não entra nunca tal esterco. Não entra, mas confirma-me a acefalia de certa burridade à portuguesa. Puta que o(s) pariu, enfim, que a casa é minha e o lixo fica na rua.
E fazes muito bem em cuidar da higiene. Porque o "pobo" é mesmo impraticável...
Grande Viriato: pois é, temos penas mas é.
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