© Vanessa Nelissen - In the mirror
Quando podemos nada dever a ninguém,
passeamos pelo mais recente Verão perto da grande asma do Mar. Toca-nos
(eriça-nos) a salsugem, a respiração secreta dos peixes, o movimento de
alga-grande dos cetáceos. Somos apenas (sabemo-lo bem todos, mesmo sem cursos
universitários por aí além) ter-sido-infantes. As nossas mães olham-nos,
medusas, do fundo do poço-de-olhos de delas água-de-olhar (os limos das
décadas, os interstícios de tijoleira em que se enfia a cobra-de-água comedora
de rãs, de aranhões). E se nenhum amor, ao menos de momento, nos não condenar a
uma vida irrespirável, tossimos meias-frases de esplanada ante a chávena de
café, a mordida beata de cigarro, a divorciada que começa as frases todas por é-assim e o aturdimento ante o génio
invencível de Camões.
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