15/09/2021

PARNADA IDEMUNO - 768

© Stephen Shore

768

Terça-feira,
14 de Setembro de 2021

    Ontem como hoje, trovoada & aguaceiros veementes (mas de curta duração). Eu gosto. Sempre gostei destas fúrias da Natura. Desde que não se aleije alguém, gosto de ver o concerto & o desconserto dos elementos. Uma pessoa sente-se mais ínfima ainda do que de costume.
    Já pastores & rebanhos se recolheram a abrigo. Que noite aí se prepara? Esperemos: qual for, ela é certa. Também A.J., que vive sem companhia sequer de animal, já fechou a porta. A telefonia canta baixinho no seu canto. Há que comer estas bananas, já não duram muito, estragação não vale.
    Queimaram os barcos na praia. Só em frente era possível pensar & seguir. Mesmo tal não dura muito. Ao estabelecimento de padaria-pastelaria vêm pessoas desirmanadas, sacudidas como moscas pela chuva em chamas. O Bergo dá uma ajuda com as cadeiras, depois dão-lhe o pequeno-almoço como gratificação. Pouco passa das seis horas.
    Aqui, já passa das vinte & uma. Há caldo feito há pouco. Se A.J. morasse mais perto, dar-lhe-ia uma dose boa de caldo novo. Ele vive sozinho, nem cão tem. É como o Bergo, mas o Bergo ainda tem menos de seu. E, como previsto, são as coisas o que têm de ser. E as pessoas também têm, por mais que de pouco ou nada sejam tenentes.



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