07/09/2021

PARNADA IDEMUNO - 754

© DA.



754

Segunda-feira,
6 de Setembro de 2021

Algumas coisas acabam deixando conhecer-se.
Tornam-se assim parte da bagagem ambulatória.
De porta em porta parecem querer falar as casas vazias.
Muito há quem tenha que dizer mas não arrisque fazê-lo.
Exaltante como fazer a ponte de ponta a ponta:
ao vento da manhã, na luz nova da cidade velha.
Luísa doente anos a fio, despedida afinal tranquila.
Artur com nada lhe faltou, agora vai ter Joana.
Uma oportunidade, dizem. Nada aproveitam, os conselheiros.
A infinitude de temas dinâmicos é assaz sedutora.
Nenhum herói figurado cumprirá passivo ensejo.
António Fragoso, Amadeo de Souza-Cardoso.
Sebastião da Gama, Cristovam Pavia.
Mário Botas em contacto com António Osório.

Podeis ver/ler em tudo isto um laconismo caótico.
Não andareis excessivamente desavindos para com a verdade.
O objectivo chama-se concisão/depuração.
É um entretenimento individual, uma consumpção.
Não é pasto para acefalia arrebanhada.
Também não é esclarecimento ou iluminação.
Egoísmo, egocentrismo, solipsismo – cartas furadas.
Cartas viciadas, pensando bem – e desperdiçadas.
Não há que enganar: o entretenimento é fulcral.
Quem não repara que cada raciocínio ressoa no singular?
Uma vez, sendo domingo, dormi todas as horas de luz.
Ao despertar, a bússola interior desgovernara-se.
Isso aconteceu num dos pretéritos da minha galeria.
Não me tornou diferente nem melhor nem herói.
Algumas horas bastaram a repor o ciclo luz-lua.
Não há além-vida: só elementos dispersos, nenhuma unanimidade.
Unânime idade, só agora-mesmo, já-agora, para-já.



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