© DA.
SETEMBRO
747
Quarta-feira,
1 de Setembro de 2021
De Vós, meus Leitores (duas senhoras & dois rapazes), talvez uma ou um se recorde de que, na entrada 319 (de Domingo, 2 de Maio do corrente Parnada Idemuno), procedi a uma colagem/costura de linhas das 310 anteriores (entre 4 de Janeiro & 30 de Abril). Decorrido o segundo quadrimestre em totalidade, colo/costuro ora fragmentos dentre 321 & 746 (Maio-Agosto). Seja:
Todos os dias algo quer dizer-nos algo ou alguém
Céu a mais para tão pouco corpo-terra, talvez
Duas nuvens pequenas, efémeras & eternas
A indiferença à terra, ao ar, à hora
E no entanto a nota da despedida continua a franquear
A sesta a cores, a malograda sesta precisamente
Já ninguém se lembra, juro-Vo-lo
Assim nos fosse a vida a divina comparação
Não renego a pertença, abjuro da gravidade
Estou sozinho na lembrança com força de lei
É ilusoriamente agora para sempre
Esse viveiro de escritos dispersos
Tudo senti – e sinto
Vivo irremediavelmente
Por dez-réis de mal, perdão, de mel-coado
Como cão que escrever soubesse
Verdade? Verdade
Olhar, olhei – belas demãos de azul
Milhões de mortos depois
Faz sempre jeito quem possa valer-nos
Outro sábado do mesmo
Carácter da pessoa visada
Muito filhos em qualquer partida
No bairro chamado tempo
D’eterna efemeridade
Uma humana papoila feminina
Feita substantivo-colectivo
Mais de dia que de noite
A neve vem
Fascinante, sim
Entre as 4 & ½ & as 6 menos ¼
É uma representação finamente concatenada
Em mansidão
Sei que me repito
Hoje por esta casa
De vários
Por falar em livros
Há que ver as coisas
Falta-me o primeiro
Fica assim
Casa de pedra velha
Em humana graça
Depois de cerrada invernia
Mas assim era por regra
É de noite agora
Nem sempre é possível
Portanto & por assim dizer
Aquele dia primeiro
Lá tornado aqui
Nova a noite antiga
Mas só o indivíduo conta
Neste quarto de zona alta
Estudo sem cimento de futuro
Como em sonhos perclusos
Até dadas as quatro
Em movimento-perpétuo
Pode demorar uma vida
Quanto ao povo local
Como imitação de fingimento
Eu também não
Águas passadas
Nenhuma novidade
Porém pouco antes
Deu-lhe para estudar
Não vás, é mau por aí
Assim já foi comigo
Tremula a chama
Faz-se a devolução à terra
Reli os manuscritos
Fazem bem
Aos pedidos de última-hora
No meu tempo
Não aconteceu
A importância dos detalhes
Algumas vezes
& para alguma coisa
Agora é esperar
A liquidação das contas
Mas folhas de mármore
Do variado mundo
Todos estes elementos
Em sintonia com os elementos
É contar muito
Vamos lá com calma
Mais eu indicaria
Não importa
Perder outro alguém
Ainda há livros
A casa é a de pai & mãe
Torno a casa na manhã extinta
Para as maravilhosas aventuras
Aquém-da-vida, aquém-do-amor
O resto diz-se para dentro
Por coisas destas se vê
Figuras que existem
Como de costume
Leitor há anos
Toda a vida ligada
Lendo & vendo
Algo tarde de mais
Uma vida
Está nublada
Assunto encerrado
Sem perguntar
Isto seria um pátio
A dada altura
Ele deve à vida
Tudo sim, sem talvez
O sono das coisas
Imperecível a matéria
E o que se seguir
Também pela atenção
Ou seja: perspectiva nenhuma
Não me refiro ao saber livresco
Disponho de exemplos
Nada dizendo às autoridades
Há sol dando mundo
Crianças sozinhas & cães livres
Outra estirpe de existência
Decência algo contável
Esta é a Cidade
Enquanto alguém a olha
Voltei hoje
Pondero sem pressa
Subindo ligeiro
Pouco tempo & muito tempo
Já no mundo exterior
Nasce esta prosa
Um ágape simples
Era no tempo em que havia
Um trecho de paisagem
Esplêndida inutilidade
Compreender & guardar
O meu Pai fora dos sonhos
Cônsul inconsolável
À claridade perseguindo
Lavrador de pedras
Cavalaria solitária
Dos Invictos Doze
De onde vieram canções
Lavra no mundo a luz
No dia em que te vi
Para aprender mais música
Da outra banda
Se nos encontrarmos na fila
Alegria simples
Nenhuma destas imagens
Sem esforço nem intenção
Carta para o José
Levou A. a passeio
A meio da tarde
Troveja remotamente
Um belo fragmento
Do dia que ora fenece
Este é o caminho
Às seis da manhã
Antes ’inda do meio-dia
Hoje, como então, em absoluto
Até o fim
Por poucos dias
Não há-de ser hoje
Há ainda inacabamentos
Eterno o isolamento
Ante tal situação
O menino foi encontrado
A pessoa vai colhendo sinais
As fontes escritas, o maná melómano
Naquele anoitecimento súbito
Pensar o Tempo, isso sim
Mais os lobos do que as violetas
Quem mais bem conheço
Em uma caixa funda
O velho pai pede ao filho
Dá-se, não se vende
Na madrugada gritada
Ante mim
Um fio de terra
Uma região áspera
Uma tralha de papéis
Tomou conta da ocorrência
Fonte de rumores
Primeiros fregueses
Valas para rega
Há de tudo
Aguardente sozinho
E no entanto
É engraçado ver
A maior mágoa
Já não vive
Por estes dias
Um homem-escritor
Um habitáculo limpo
Primeira luz
Uma certeza de relógio
No curso dos anos
Não sei a que horas
Segue-se cremação
Op. cit.
Tendo podido indeferir
O tragidrama de fugir
O mundo é bonito
A que chamo meu
Sombra nem tinha
De uma poesia
Não tarda, é noite
Que tão bem me fez
Minha quieta nave
Depressa se esvaneceu
Conversei ontem a fundo
Povo, nobreza & clero
O mais certo é acabar
Sim, talvez assim
Ficar ao cabo afinal
A falta de sentido
Idade destes anos
No meu contexto
Era ele o número
De grave solenidade
Estas linhas dando
Categorizáveis sempre
Quatro opúsculos
Todos fascistas
Glórias falsas
Ao elogio irónico
Esparge-se a finiluz
Daqui a menos de três décadas
E é
E pouco mais
Enfim
Isto
É fazer-Vos
A eternidade
Bem com a Língua
A qual consiste em
Julgo eu
Aveia de ver cavalos
Tu não queiras
Respirar o ar do Rei
Perdido amigos de mais
P’r’aí de beiças
Todos os invernos
O penúltimo azul
A tua bondade
Gostamos de ti
Espelho, olhar castanho-pardal
Sozinha com o filho
E
Ele não te quer
Tenho mais lápis
A cujo postigo
Jamais leito algum
Aproveitei
Alguns nomes, algumas cicatrizes
Indicam-me um senhor
Facto que de pronto
Rói ratamente o grilo cardíaco
Hotéis que não posso
Não posso pagar
Pouco custa
Um pétreo silêncio
Antídoto do papel-em-branco
Antes cão
Espero respostas afirmativa
Sem quaisquer veleidades
Anda tudo nem tudo
Olha, nem tudo vê
E agora?
Sempre seremos
A procurar algumas
Dimensão, fotogenia
Sobre ela
Noite antiga
Faço
Recuso
Refiro
Volteio
Gosto
Uso
Colecciono
Mortos, todos
Movimentos singulares
De lábios lacrados
Nestes tantos cadernos
Não penso responder
Tripas, coração
Daí esses ossos
Basta pensar
Noite adentro
Certa ocasião
Certa parelha
A quatro metros
Ist’assim
Como já em outras páginas
Surgiu hoje
Na rua um sol vivo
À procura dele
Amo tão poucas coisas
O ouro da tarde anónimo
A primeira estrofe
Alguma sabedoria
E depois, Guilherme
Ao fim de contas
Quanta inocência
Nos sobreviventes
Cá bem sei
Assim é
Oxalá que sim
O caso continua
Dois homens
23h00m
Uma senhora
Povoação litoral
As existências nesta Cidade
A superficialidade & a frivolidade
Têm adiado o caminho
É sensato respeitar
Não alcança reconhecimento
Nem telegrama de vinda
Em franco aparato de verdade
A enumeração precedente
Ainda que mínima
A minha alegria
É a minha veniaga
À entrada seguinte
É
Ano antigo
Pedra-de-toque
Livre
Não há
Volta
Só o lio
Entre rapazes
Até de antes
A todo o cidadão
Era-uma-vez
Entre páginas iluminadas
Cada um só
Sem lugar
Ó malta
Resto
O que temos visto
Até em casa
A Língua
Vento
À vida ávida
Este quarto
Cada dia
Alguma vez foi o caso
Em releitura
Pela calçada
À espera
Pela casa
Opostos
Versos
Olores
Datas
Assobiar imagens
Bestas panorâmicas
Gardénia-de-lapela
À minha, julgo
Isso acaba hoje
Para sempre
Na região
Tal maravilha
O sal
O rapaz
O soneto
O malogrado
Aparecer alguém
Pelas minhas contas
Se não erro a data
De seu esquecimento
Sem pressa nem demora
Seis décadas desde a iniciação
De um dia para outro
Presenças de pretéritos
Aparecer (para ser)
Outra atenção
Dando para disfarçar
Amanhã
Um circuito material
Ao meio-dia & dez
Pode isto gastar-se
Adiante porém
Outras vezes de facto
O mais desgraçado
Ao calado da noite
Na minha noite
Vozes em acção
A qualquer hora do dia
Provieram-me elas
Pelos anos que iam
Dar já por fechado
Um corpo, chapéu
Na célebre final
Da minha vida
A noite a coberto
Nesta dimensão
Reencarnação
De que vim que vou
Mercê do sono
Nota rosa
Tal éter
Quando nasci
Quando souber
Não há-de ser hoje
Dessa leitura
A sós em Londres
A incerteza encontrou
Tempo até dar-se
Algum vazio
Mas, olha
Uma criança anacrónica
A sós o momento
Gatos pelo pátio
Percebem de tudo
Rebentar de vez
Pela última vez
Sou o que me digo
Ali da Pocariça
Pagou ele os cafés
Já os ventos confundem
Aonde chegaremos
Um rapaz do rapaz
Grande consternação
Integra-me a condição
(…)
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