08/06/2011

ROSÁRIO DE ISABEL E DINIS seguido de OUTRAS FLORAÇÕES POR ESCRITO - 4. DIÁRIO DE UM DIA (fragmento 16) - Coimbra, segunda-feira, 21 de Março de 2011

A minha Mãe tinha nada
Nada tinha o meu Pai
Sai da história desgarrada
A balada que aqui sai

Ele era mais da tristeza
Ela à mesa quanto tinha
Era honra de princesa
De princesa pobrezinha

Havia umas laranjeiras
Mas do pátio da vizinha
Há coisas que são certeiras
Como ela que foi minha

Ele nunca foi à tropa
Coxeava, era elegante
Ela sempre foi cachopa
E mulher mas adiante

Vieram filhos, vieram
E vieram para estar
Que o ser que sempre foram
Vieram daquele par

Hoje a gente assenta a campa
De tal duplo casamento
A vida é um momento
Que ao nascer se adianta

Nisto dizemos também
No soluço de um ai:
Obrigado, nossa Mãe
Obrigado, nosso Pai.

1 comentário:

Manuel da Mata disse...

É quase um romance poular. Bonito.

Canzoada Assaltante