© Joel Meyerowitz, The Blue Hour, Bay Sky, 1984
Viseu, Café Avenida, tarde de 11 de Julho de 2008
Ela ajuda-me a enlouquecer com suavidade.
Ela atira-me pontes em cada gesto.
Ela é um animal completamente telúrico.
Ela trata da casa, das coisas que a vida junta.
Ela ondula como um cortinado de gaze.
Ela traz as batatas, as cartas, a promessa.
Ela cuida dos vasos, das roupas, das ligações.
Ela sonha por mim quando a durmo.
Ela é a casa, o bairro, o país.
Ela não permite que me perca mais do que o necessário.
Ela chama, respondo-lhe por escrito, ela azula-me.
Ela escreve-me por voz, eu chamo-a, ela azula-me.
Ela açula-me, protege-me dos outros homens, ela humaniza.
Ela quando me toca eu canto.
Ela acompanha as notícias e explica-mas.
Eu sou o que sobra dela, sou o que a visita dentro.
Eu regresso-lhe com a suavidade feita vidros.
Ela colhe os vidros, faz-me uma festa na cabeça.
Ela diz a bonança, ela traz o mar.
Ela entra no café e as pessoas calam-se.
Ela fala na minha mão direita.
Ela é antiga e colectiva como um rancho folclórico.
Ela acentua a filarmonia das estações.
Ela quando chove eu danço.
Eu agora já sou alguém outra vez.
Eu tive de esperar muitos anos.
Ela agora vai chamar-me, eu vou.
Ela atira-me pontes em cada gesto.
Ela é um animal completamente telúrico.
Ela trata da casa, das coisas que a vida junta.
Ela ondula como um cortinado de gaze.
Ela traz as batatas, as cartas, a promessa.
Ela cuida dos vasos, das roupas, das ligações.
Ela sonha por mim quando a durmo.
Ela é a casa, o bairro, o país.
Ela não permite que me perca mais do que o necessário.
Ela chama, respondo-lhe por escrito, ela azula-me.
Ela escreve-me por voz, eu chamo-a, ela azula-me.
Ela açula-me, protege-me dos outros homens, ela humaniza.
Ela quando me toca eu canto.
Ela acompanha as notícias e explica-mas.
Eu sou o que sobra dela, sou o que a visita dentro.
Eu regresso-lhe com a suavidade feita vidros.
Ela colhe os vidros, faz-me uma festa na cabeça.
Ela diz a bonança, ela traz o mar.
Ela entra no café e as pessoas calam-se.
Ela fala na minha mão direita.
Ela é antiga e colectiva como um rancho folclórico.
Ela acentua a filarmonia das estações.
Ela quando chove eu danço.
Eu agora já sou alguém outra vez.
Eu tive de esperar muitos anos.
Ela agora vai chamar-me, eu vou.
2 comentários:
Já li 3 vezes. É lindo lindo lindo.
Beijinho
Gracita
azulas-me, daniel. completamente! um grande beijinho.
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