9.
POR DE JUSTIÇA
Coimbra, sábado, 1
de Fevereiro de 2020
Em
idêntica data se começou gerando a concórdia,
a
íntima concórdia do velho que é com o rapaz que foi,
ex-menino
de uma pureza mesm’assim clarividente,
isto
é dito assim por de justiça ser ainda.
Os
cacos mortuários deixam por rastos os amados rostos,
o
mais assisado é pagar a quota, ser cowboy crepuscular,
desfazer-se
no poente a cavalo da orfandade, adeus,
comprar
uma raspadinha, apostar no cálice duma vez por todas.
Refira-se
em cifra o amor recebido,
o
dadivoso amor incondicional da primícia,
o
amor dos Velhos, quási-quase caso-de-polícia,
esse
amor tido, havido, recebido & sido.
Fora
de cada corpo, o cosmos parece estrangeiro,
muito
vale o egoísmo autoconcentracionário,
tretas
& baldrocas de judeias mecas & calvários
não
valem terço de cálice por inteiro.
Agora
este amor vive na minha roupa náufraga,
posso
versos sem esforço mas também sem corça:
venatório
sou só do que me sufraga,
assim
o sábado ’inda me dê força.
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